sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Polícia Federal prende Wagner Canhedo Filho, de novo


A POLÍCIA FEDERAL prendeu na manhã desta sexta-feira (9/10) o empresário Wagner Canhedo Filho, dono de frota de ônibus, depois que a Justiça determinou a prisão preventiva dele a pedido do Ministério Público Federal (MPF). Canhedo Filho é o principal gestor do grupo Canhedo, que atua nos setores de hotelaria e de transportes na capital federal. Ele é dono da empresa de transportes Viplan, que operou na capital federal por 44 anos.

Principal gestor do grupo que atua nos setores de hotelaria e de transportes no Distrito Federal, Canhedo Filho é investigado pelos crimes de fraude à execução, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e associação criminosa. O caso é apurado desde o ano passado pelo Núcleo Criminal do MPF e pela Polícia Federal. Com a prisão, os investigadores pretendem garantir o fim de práticas adotadas com o propósito de impedir a execução de dívidas tributárias. A estimativa da Procuradoria da Fazenda Nacional (PFN) é que as fraudes cometidas pelo grupo empresarial tenham causado um prejuízo de R$ 875 milhões aos cofres públicos.


Em maio deste ano, outras medidas já haviam sido aplicadas ao grupo empresarial. Na época, uma ordem judicial determinou o cumprimento de vários mandados de busca e apreensão e ainda o afastamento dos gestores do controle administrativo de empresas do grupo. Naquele momento, a suspeita era a de que Canhedo Filho usava empresas fantasmas, abertas em nomes de laranjas, para movimentar o dinheiro arrecadado pelo complexo empresarial impedindo, dessa forma o cumprimento de execuções fiscais. A apuração já identificou pelo menos seis empresas que teriam sido usadas na prática.

Três meses mais tarde, novas informações reunidas pelos investigadores revelaram que o empresário mantém a prática. "Canhedo Filho migrou seu esquema para a utilização de outras empresas até então não conhecidas e também não atingidas pelos bloqueios judiciais no âmbito da Execução Fiscal, dentre as quais seguramente a Cooperativa de Transportes Alternativos e Autônomos do DF", detalha um dos trechos do documento enviado à Justiça com o pedido de prisão preventiva.

Como prova da triangulação ilegal, o MPF cita que no dia 28 de agosto, por exemplo, o empresário sacou mais de R$ 1,2 milhão de uma conta bancária em nome da Cooperativa que, anteriormente, havia recebido depósitos vultosos da principal empresa do grupo. No documento, o MPF relata ainda que a sede da Coota-DF foi alterada "justamente para o mesmo endereço das empresas de fachada utilizadas pelo grupo Canhedo em seu esquema fraudulento". O responsável pela cooperativa é Gilbson Luna Gadelha que já prestou depoimento à polícia e confirmou as suspeitas.

Além da prisão, cujo mandado já foi cumprido pela Polícia Federal, nesta sexta-feira (9), também foi solicitado que o empresário seja proibido de deixar o país. Os investigadores justificam que diante do "robusto" poder econômico, o risco de fuga é inafastável, o que poderia colocar em risco a aplicação da lei penal.

Por telefone, a defesa de Wagner Canhedo Filho informou que vai entrar com pedido de liberdade provisória ainda nesta sexta (9). Mas a possibilidade é de que o empresário passe o feriado na cadeia.

Com informações da PF e MPF.

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